quinta-feira, 31 de março de 2016

NOITE DE AUTÓGRAFOS

No dia 30/03/2016 foi realizada a Noite de Autógrafos do livro Quatro Letras.
Veja o recado da autora:
"Cada pessoa presente teve o seu motivo particular para ter aceitado meu convite de comparecer a este momento. Alguns vieram por causa da nossa amizade, outros porque também perderam seus próprios filhos, e há ainda aqueles que, apesar de não me conhecerem nem terem perdido um filho, sentiram vontade de saber um pouco mais sobre o assunto a fim de se tornarem mais solidários e aprenderem como se comportar quando isso acontecer com alguém próximo e terem condições de ajudar o semelhante.
Para mim, esta noite significa uma vitória. Sabem por que estou me sentindo vitoriosa? Porque consegui escolher as palavras certas para despertar em seus corações o interesse de pensar sobre a morte. Quando falamos sobre a morte, a resposta padrão que costumamos receber dos demais é repulsa. Muitos querem nos calar, querem fugir da gente, e a discriminação é tanta que tem até quem chegue ao ponto de nos pedir para esquecermos as pessoas que morreram. A morte é tão abominada pelo ser humano, que ele a nega. Que ironia, não é mesmo? Negar o inevitável...
Se tantos quiseram comprar o livro Quatro Letras, é porque eu soube encontrar uma forma de falar sobre a morte que foi capaz de vencer este imenso preconceito. As pessoas sabem que o livro é sobre um filho muito amado e desejado que morreu precocemente. E mesmo assim elas querem ler! Isso é fantástico! Convenci as pessoas de que essa história, ao invés de ser triste, pode ser muito bonita e transformadora.
Quando me despedi do Igor, ano passado, criei um propósito dentro de mim! E esta noite é a comprovação de que meu propósito foi alcançado. Eu tive a coragem de olhar para a morte e sabem o que eu descobri? Ela não é o monstro que se diz por aí. O meu propósito, a partir de então, foi mostrar para todo mundo que a morte não precisa ser feia, nem temida. Podemos encontrar um espaço para ela ocupar, sem que a sua presença contamine o resto das outras coisas que compõem o equilíbrio da nossa vida.
Existe um jeito de fazer a morte ser nossa amiga: cultivando o amor! Eu sei que a morte dói, é verdade. Mas quando cultivamos o amor, as lembranças boas passam a ser maiores e o saldo fica positivo. Se pensarmos na dor pela morte de um ser querido como uma gota de tinta, e pensarmos na pureza do amor como um copo de água cristalina, o que acontece quando jogamos a gota de tinta dentro do copo? Ela é absorvida. Apesar de estar ali, não compromete a transparência da água que a envolve. Quanto mais água, mais limpo o copo vai ficar, mesmo com a presença da tinta. Da mesma forma, quanto mais amor houver dentro de nós, mais facilidade teremos para continuar sendo felizes, sem haver nenhuma necessidade de eliminar de nossa recordação o vínculo existencial que possuímos com quem partiu antes da gente.
Na minha vida tem tanto amor, que existe espaço para o Igor ocupar e ainda sobram muitos motivos para sorrir. Vou lembrar dele todos os dias e eu espero que o livro Quatro Letras sirva de inspiração para que todos também possam continuar sendo felizes, mesmo que sintam saudade de alguém que amam muito e sempre vão amar!!!"

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