domingo, 23 de abril de 2017

ELE SE FOI, E AGORA?

Patricia Bellas tem 31 anos e, depois de vencer a suspeita de um câncer e sobreviver à Septicemia com sequela renal, ficando internada por um mês, casou-se e engravidou. Diante de tantas lutas, a gestação parecia uma bênção intocável, mas descobriu a Trombofilia e não escapou da tão temida Pré-eclâmpsia. Com 30 semanas de gravidez, o coração do seu bebê parou.

Ela diz: "os dias passavam em câmera lenta e a minha solidão parecia eterna, mas eu não podia aceitar, nem permitiria, que a partida dele fosse em vão, porque se Deus me quis aqui é porque tinha algum propósito. E se meu Bento permaneceu por tão pouco tempo, foi porque tinha algo muito importante a me ensinar e a deixar em minhas mãos. Então lutei, todos os dias, incansavelmente, contra todo pensamento ruim e toda a tristeza que habitava o meu ser e não aceitei nem por um segundo me depreciar. E foi assim que, sem terapias e medicações, olhei para a vida com toda a beleza que merece ser vista e escrevi todos os meus passos em um livro "Ele se foi, e agora?" e criei o projeto "VivaBeN" para que toda as mães e seus filhos, onde estiverem, possam estar sempre unidos através dos seus sorrisos."

Visitem a página do livro da Patricia Bellas: "Ele se foi, e agora?" E aguardem em breve notícias sobre o lançamento!




domingo, 16 de abril de 2017

FONTE DE ALEGRIA


Quando a vida me coloca dentro do mesmo ambiente onde estão presentes pessoas que possuem a bênção de estar perto de seus filhos, procuro adotar uma postura que me permita desfrutar da mesma felicidade que elas manifestam quando falam de suas experiências de maternidade e paternidade. Com frequência escuto um pai ou uma mãe falar sobre a satisfação que é testemunhar o filho realizando suas primeiras conquistas, como, por exemplo, conseguir contar até dez, amarrar os sapatos sozinho, distinguir os nomes das cores, etc. Nessas horas, percebo o perigo que constituiria se eu pensasse no quanto queria ver meu filho fazer as mesmas coisas e não posso. Se eu seguisse por esse caminho, certamente ficaria triste. Então escolho não embarcar nessa direção. Adoto outro comportamento.

Imediatamente após ouvir uma pessoa dizer como é gostoso quando seu filho lhe dá boa noite antes de dormir, em vez de pensar que o Igor não pode fazer isso comigo, eu penso nas outras coisas boas que ele pode me dar. Engana-se redondamente quem acha que só porque morreu meu filho não pode me dar mais nada. E daí que ele não fala, não me toca e não é visível aos meus olhos? O Igor não pode me dar boa noite, não pode contar até dez, nem distinguir o amarelo do azul, mas ele pode me fazer muito feliz (de maneiras pouco convencionais, porém tão verdadeiras como as outras). Afinal, ele é meu filho! E todo filho amado é uma fonte de alegria!

Sempre que uma pessoa fala na minha frente das coisas lindas que seu filho faz para ela, no mesmo instante surge na minha mente o reconhecimento de algum valor que o Igor já me deu e continua me dando. Faço questão de realizar esse esforço de reconhecer os bens que ele me proporciona, porque não quero que ele pense, onde quer que esteja, que não gosto de ser sua mãe. Quero que ele saiba que gosto de ser mãe dele, com a mesma intensidade que todas as mães gostam dos seus filhos que estão perto delas.

Enquanto os pais de filhos vivos se deleitam com crianças que procuram refúgio em seus colos, fazendo-os se sentirem heróis por terem o poder de sarar arranhões nos joelhos com beijinhos, os pais de filhos que morreram também podem se deleitar com a prática do heroísmo, de outras formas diferentes. Essa felicidade não está vedada a ninguém.

Meu filho me dá oportunidades diárias para desenvolver as maiores virtudes. Ele não me estimula a cultivar a calma fazendo birras, porque ele não é capaz de me desobedecer. Mas ele me estimula a cultivar a calma através da necessidade de esperar algumas décadas antes de poder estar com ele de novo. E para cada virtude que um filho vivo estimula em seus pais, eu encontro outra forma por meio da qual o Igor me ajuda a atingir o mesmo efeito. E além de tudo isso, como ele não está aqui para eu poder mostrar às outras pessoas o quanto meu filho é fofo, esperto e carinhoso, ele me ajuda também a ser uma mulher mais grata, mais modesta, mais segura, mais simples. A lista de benefícios é inesgotável!

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